domingo, 20 de janeiro de 2013

Educação e Criação Artística – Processos integrados


(texto con traducción para el castellano)





Autora: Rose Mara Silva[1]
Estou postando os textos há um tempo, e creio que em alguns momentos não seja claro que atividades exatamente desenvolvi nesse processo de residência. Então vamos lá! Fiz parte do Programa de Apoyo a la Investigación y Educación Artistica con Niñ@s, no qual trabalhei dança e criação com as crianças da Turma da Professora Guille criando uma obra cênica em conjunto com essas crianças, e paralelamente fiz parte do Programa Cuerpos en Residencia no qual desenvolvi meu trabalho artístico individual intitulado Eros e Ananke, ou seja, estive envolvida em dois processos criativos ao mesmo tempo.
Desenvolver estes dois processos ao mesmo tempo foi um pouco difícil e pode parecer ter sido uma prática contraditória, mas não foi. Trata-se de uma experiência muito rica para quem atua na área de arte-educação e criação paralelamente, característica de muitos artistas da dança no Brasil. No Brasil a minha titulação de graduação não é de arte-educadora da dança, mas de interprete-criadora em dança, no entanto, essa separação do título só é evidente na legislação brasileira, e quando se vai para outros lugares o que vale é a prática educativa. Eu tenho trabalhado com arte-educação em dança desde 2005, tempo que estagiava na Escola Livre de Dança de Santo André, ali iniciei minha trajetória, e desde então fui buscando, investigando, aprendendo e aprimorando meus conhecimentos através da prática, ou seja, durante todo esse tempo desenvolvi uma experiência reflexiva (sim, porque a experiência necessita ser validada através da reflexão para tornar-se fonte de conhecimento), e através da mesma uma habilidade, uma solidez de prática educativa, que a titulação da Licenciatura não me daria em quatro anos divididos em algumas matérias pelo curso.
Eros e Ananke é um trabalho que foi construído tendo como base o que eu vivi dando aulas nas periferias de Curitiba, a convivência com meus alunos me trouxeram as inquietações motivadoras desse processo de criação. E quando neste projeto do qual participei aqui em Amanalco me propus a criar uma obra artística em conjunto com os alunos, creio que busquei a síntese dessa reflexão iniciada lá nas aulas dadas em Curitiba, nesse processo integrei as duas atividades a educativa e a criativa.
Construir um trabalho artístico com as crianças foi parte fundamental do meu projeto, pensei muito quando coloquei essa proposta, pois vivemos em tempos de uma certa obsessão com o “processo” principalmente em arte-educação. No entanto, faz algum tempo que venho pensando sobre as construções como parte do processo educativo, tanto para as crianças e adolescentes com quem tenho trabalhado, quanto em meu próprio caminho de formação profissional na graduação em Dança.
Tal afirmação encontra base reflexiva nas idéias presentes num artigo de Olgária Matos que alia o conceito de ‘construção e criação ’ ligado a idéia de ‘ser’  presente em Heidegger:
Na senda grega, Heidegger, em Construir, habitar, pensar, mostra como a linguagem guardou parte do sentido de pertencer e enraizar-se: o verbo bauen – “construir” – significou, em sua forma no antigo alemão (beo), habitar, sendo da mesma família de bin (sou): “O que significa, pois, ich bin? A antiga palavra à qual se vincula bin, responde: ‘eu sou’, quer dizer ‘eu habito’” (Heidegger, 1958, p. 173). (apud, Matos, 2008, p. 75)

Assim, concordando com Matos a idéia de construir está intimamente ligada a idéia de ser. Em outro ponto do texto coloca:

Paul Valéry, em Eupalinos ou o arquiteto, encena, à maneira de Platão, um diálogo entre Sócrates e Fedro, dizendo ser o construir o mais completo de todos os atos, pois exige amor, meditação, obediência ao mais belo pensamento, “invenções de leis pela própria alma”. Eupalinos, em um passado distante, ensinara-o a Fedro, ao indicar como a construção se impregna de experiência pessoal e emoções [...] Esta reflexão oferece a unidade entre construção, religião, filosofia e vida.  (Matos, 2008, p. 75)

Neste sentido minha prática concorda com a idéia de que a criação compõe o processo educativo, tanto no sentido mais estrito escolar, quanto no num sentido mais amplo como o de pensar a educação como desenvolvimento humano. Assim, propor a construção de um trabalho artístico a partir de um processo de investigação de linguagem, nos coloca ante as idéias de processos educativos e criativos de forma mais profunda, como algo que constrói a estrutura do ser humano. Logo, vivenciar a construção e apresentação de um trabalho artístico é parte também muito importante do processo educativo/formativo pois coloca o sujeito ante o exercício máximo de suas potencialidades criativas, e da noção de que ao construir algo o ser humano se constrói, ou seja, se constrói em ação, em movimento.

Certamente essa atividade não poder ser opressiva, há que se buscar idéia de trabalhar com responsabilidade não com peso, principalmente com as crianças. O que faz uma grande diferença é que muitas vezes esses processos de construir acabam sendo muito opressivos e vistos como o mais importante, no entanto, há que se pensar a criação como uma parte reflexa do que se vivenciou, e que é tão importante quanto todo o processo.

Sendo assim, tanto o meu trabalho criativo solo Eros e Ananke, quanto o trabalho Sueño desenvolvido com as crianças de Amanalco, foram fundamentados no conceito de criação como parte da construção do ser, nesse ponto minha prática de artista criadora e de arte-educadora se encontram, se complementam e se fortalecem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

MATOS, O. C. F. Ethos e amizade: a morada do homem. São Paulo: 2008. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ide/v31n46/v31n46a13.pdf>


[1] Bailarina e arte-educadora brasileira, graduada em Dança pela Universidade de Artes do Paraná – UNESPAR.





EDUCACIÓN Y CREACIÓN - PROCESOS INTEGRADOS




Rose Mara da Silva[1]

Resumen: Este artículo es un relato reflexivo de mi experiencia en el Programa de Apoyo a la Investigación y Educación Artística con Niñ@ s, en el que la danza y la creación trabajado con los alumnos de la Maestra Guille  en la Escuela Primaria de Amanalco de Becerra, la creación de un trabajo escénico junto con estos niños, y en paralelo, la experiencia en el Programa Cuerpos en Residencia donde desarrollé mi obra creativa intitulada Eros y Ananké, es decir, este texto es una síntesis en la que se reúnen los dos procesos desarrollados.

...
El desarrollo de estos dos procesos al mismo tiempo fue un poco difícil y puede parecer que ha sido una práctica contradictoria, pero al hacer una análisis más profunda del camino trillado podemos llegar a otra conclusión. Esta es una experiencia muy rica para aquellos que trabajan en el campo de la educación artística y la creación paralelamente, característica de muchos artistas de danza en Brasil. En Brasil mi titulación de graduación no es de arte-educadora en danza, soy intitulada interprete creativa en danza, sin embargo, esta separación es sólo evidente en la legislación brasileña, y cuando vas a otros lugares lo que se hace evidente es la práctica educativa. He trabajado con la educación artística en danza desde el año 2005, el tiempo en que fui de aprendiz  en la Escuela Libre Danza de Santo André, allí comenzó mi carrera, y desde entonces yo estuve buscando, investigando, aprendiendo y perfeccionando mis habilidades a través de la práctica, es decir, durante todo este tiempo he desarrollado una experiencia reflexiva (sí, ya que la experiencia necesita ser validada a través de la reflexión para convertirse en una fuente de conocimiento), y a través de ella una habilidad, una práctica educativa solida, la cual la titulación que llamamos ‘licenciatura’ en Brasil no me daría en cuatro años dividido por el curso en algunos temas.
Eros y Ananké es un trabajo que se construyó sobre la base de las experiencias que he vivido dando clases de danza en la periferia de Curitiba (Paraná – Brasil), la convivencia con mis alumnos me he traedo las preocupaciones que motivaran su proceso de creación. Y cuando en esto proyecto en que he participado en Amanalcoí, me propuse crear una obra de arte junto con los alumnos, creo que he intentado la síntesis de las discusiones iniciadas allí en las clases enseñadas en Curitiba, buscando un proceso que integrase tanto las actividades educativas cuantos las actividades creativas.
Crear una obra de arte con los niños era parte fundamental de mi proyecto, he pensado mucho cuando idealicé esta propuesta porque vivimos en tiempos de una cierta obsesión con "el proceso" sobre todo en la educación artística. Sin embargo, desde hace algún tiempo he estado pensando en la creación como parte del proceso educativo, tanto para niños y adolescentes con los que he trabajado, como en mi propia trayectoria de formación del grado en danza.
Esta afirmación se basa en las ideas presentadas en un artículo de  Olgária Matos que combina el concepto de "construcción y creación" con la idea de "ser" en Heidegger:

En la senda griega, Heidegger, en Construir, habitar, pensar, muestra cómo el lenguaje mantiene parte del sentido de pertenencia y raíces: el verbo bauen – “construir” - significó, en su forma antigua en Alemán (beo), habitar, vivir, estando en la misma familia de bin (soy). "¿Qué significa, entonces, ich bin? La palabra antigua que une bin, contesta: “yo soy”, es decir Yo habito”. (Heidegger, 1958, p. 173). (Apud, Matos, 2008, p. 75)

Así, de acuerdo con Matos, la idea de construir se encuentra estrechamente ligada a la idea del ser. En otro punto del texto:

Paul Valéry, en Eupalinos o el arquitecto, organizado a la manera de Platón, el diálogo entre Sócrates y Fedro, que dice ser la construcción el más completo de todos los actos, pues requiere el amor, la meditación, la obediencia a la idea más bonita, "invenciones de leyes para su propia alma”. Eupalinos, en un pasado distante, le enseñó a Fedro, al indicar cómo la construcción está impregnada de la experiencia personal y las emociones [...] Esta reflexión proporciona la unidad entre la construcción, la religión, la filosofía y la vida. (Matos, 2008, p. 75)

En este sentido, mi práctica concuerda con la idea de que la creación compone el proceso educativo, tanto en un sentido más estricto escolar, cuanto en un sentido más amplio, como el de pensar la educación como el desarrollo humano.
Por lo tanto, proponer la construcción de una obra de arte a partir de una investigación del lenguaje artístico, nos pone frente a las ideas de los procesos creativos y educativos más profundamente, como caminos que construyen la estructura del ser humano.
Así, la experiencia de la construcción y la presentación de una obra artística es también parte muy importante del proceso educativo / formativo, pues pone a la persona ante el ejercicio máximo su potencial creativo, y ante a la idea de que para construir algo el ser humanos se construye, o es decir, que construye en la acción, en el movimiento, en la transformación de si mismo.
Ciertamente, esta actividad no puede ser opresiva, debemos buscar la idea de trabajar de manera responsable, sin peso, especialmente con los niños. Lo que hace una gran diferencia, es que muchas veces estos procesos construcción terminan siendo como muy opresivo y visto como lo más importante el producto final, sin embargo, debemos considerar la creación como parte del reflejo que de la experiencia que se vive, y que es tan importante cuanto todo el proceso.
Así que tanto mi trabajo creativo Eros y Ananké, cuanto el trabajo desarrollado Sueño con los niños Amanalco, se basaban en el concepto de la creación como parte de la construcción del ser, en este punto de mis prácticas creativa y educativa en arte, son complementares y se fortalecen cómo procesos integrados.



REFERENCIAS:

MATOS, O. C. F. Ethos e amizade: a morada do homem. São Paulo: 2008. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ide/v31n46/v31n46a13.pdf>


[1] Bailarina y arte-educadora, con grado en danza por la Universidad de Artes del Paraná – Unespar (Brasil). Artista residente en La Granja Centro de Arte en 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário